(Entre histórias e festas…) A gila – também conhecida por abóbora-chila, chila-caiota, chila, gia… –, muito comum no Sul do Brasil, é uma planta da família das cucurbitáceas, conhecida em Santa Catarina, também, como “prima da melancia”, originária das regiões de altitude da América Central e América do Sul, com os registros mais antigos no Peru, entre 3.000 a 4.000 anos a. C. Segundo alguns, a gila foi levada daqui, para a Europa pelos desbravadores portugueses, sendo encontrados vários tipos doces, muito populares, em Conventos de Espanha e Portugal. A gila, noutros tempos, não tinha valor comercial nenhum sendo chamada até de “doce espanta visita”. Mas, desse passado não tão distante, quando o fruto era usado apenas por algumas doceiras sábias e antigas, a gila chega aos dias de hoje como uma referência. Depois de tirada a dura casca e as sementes, usa-se a polpa branca e fibrosa da gila que, apesar de não ter um gosto definido, é hoje aproveitada em inúmeras receitas de doces. Em termos gerais, ferver o fruto em pedaços, com a casca e sementes. Açúcar (1kg de gila, 1kg de açúcar). No final, separa-se a polpa, mexendo sempre até dar o ponto, com consistência grossa para compota. Com a gila as doceiras de hoje fazem pastel, doce em calda, rapadura, cristalizados e ainda em culinária (no México) em sopas, carnes e saladas. Também chimia (com frutas), rocambole, recheio de tortas… Doce de gila (Do livro Depois do Churrasco…) Ingredientes: 1,5 kg de gila 1 kg de açúcar cristal 5 cravos-da-índia Preparação:  Corte a gila em pedaços (com casca e sementes), ponha a ferver até cozinhar bem. Após, desfiá-la com um garfo, retirando toda a polpa (massa) da casca. Coloque essa massa, o açúcar e os cravos em uma panela, deixando ferver até formar uma calda grossa, mexendo bem devagar. Ao atingir a espessura desejada da calda, retire do fogo e depois de esfriar, coloque na geladeira. Se preferir guardar em compotas, encha os vidros, vedando-os muito bem. A seguir, pasteurize (ferva os vidros) por 15 minutos. Pode-se usar, também, o açúcar mascavo (amarelo).                 E o doce de gila hoje, virou estrela, virou festa, símbolo de tradição. E essa doce tradição é vista em algumas cidades do RS e SC, mas especialmente na Festa da Gila na cidade de Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul… a nossa terra!