RETROSPECTIVA O ano de 2024 foi marcante para Canela e a Região das Hortênsias. A cidade enfrentou desafios climáticos, celebrou tradições culturais e deu passos significativos em direção ao desenvolvimento sustentável e à inovação. Com eleições que transformaram o cenário político local, Canela demonstrou resiliência e a capacidade de se reinventar. O Jornal Nova Época acompanhou de perto cada etapa, oferecendo aos leitores uma cobertura detalhada e reflexiva dos eventos que moldaram o destino da cidade. Agora, apresentamos uma síntese dos momentos mais impactantes de janeiro a dezembro, destacando as iniciativas comunitárias, avanços no turismo, mobilidade urbana, e as metas para o futuro. Janeiro: O início de 2024 em Canela foi marcado por eventos culturais e desafios climáticos. O 39º Rodeio Crioulo Nacional reuniu cerca de 30 mil pessoas, celebrando a rica tradição gaúcha com competições e apresentações artísticas. Entretanto, a Operação Cáritas trouxe à tona questões de integridade pública com a prisão do secretário de Saúde, Leandro Gralha da Silva, por suspeitas de corrupção. Além disso, um intenso temporal causou danos em mais de 250 casas, levando à declaração de Situação de Emergência. A resposta da comunidade e das autoridades foi rápida e eficiente, destacando a resiliência dos moradores em tempos de crise. Fevereiro: O mês foi marcado por uma redução significativa nos índices de criminalidade, resultado de estratégias eficazes de policiamento e do empenho das forças de segurança. A questão ambiental foi um ponto de atenção com o Mega Domo enfrentando críticas devido ao risco de criadouros de mosquitos. No cenário político, a audiência pública sobre a venda de terrenos municipais, incluindo o Centro de Feiras, gerou debates intensos. A população expressou seu desejo por transparência e planejamento cuidadoso para garantir o uso responsável dos recursos. Março: As celebrações do Dia Internacional da Mulher destacaram o papel inspirador de várias mulheres em Canela, como Flaviana Yamaguchi e Melissa Prestes, que desafiam estereótipos e conquistam novos espaços. No turismo, as expectativas para a Páscoa eram moderadas, com a cidade oferecendo eventos culturais como a “Paradinha dos Parques” e o espetáculo “Luminata” para atrair visitantes. Essas iniciativas não apenas incentivaram o turismo, mas também reforçaram a identidade cultural da cidade. Abril: O mês destacou o segundo aniversário do CIDICA, que firmou como um centro de inovação e empreendedorismo em Canela. Questões ambientais ganharam destaque com esforços para melhorar a coleta seletiva de resíduos, liderados pela Central de Triagem. A ACIC iniciou o projeto Turismo Positivo, visando aprofundar o conhecimento sobre o perfil dos visitantes e melhorar a experiência turística, essencial para revitalizar o setor após a pandemia. Maio: As chuvas intensas causaram deslizamentos e enchentes, impactando severamente a infraestrutura de Canela. Em resposta, a edição do Jornal Nova Época foi publicada digitalmente, refletindo a adaptação necessária em tempos de crise. A solidariedade comunitária se destacou, com campanhas de arrecadação ajudando na recuperação. As autoridades implementaram um plano estratégico para restaurar a cidade, estimando custos significativos para a infraestrutura. Junho: Com a reabertura do Aeroporto Internacional Salgado Filho prevista somente para dezembro, Canela inovou promovendo o turismo rodoviário com a campanha “Vou de carro à Serra Gaúcha”. A cidade intensificou seus esforços para atrair turistas regionais, oferecendo descontos e promoções em hotéis e eventos. Enquanto isso, a segurança pública se fortaleceu com a descoberta de uma mineradora clandestina de criptomoedas, destacando a eficácia das operações policiais. Julho: A 30ª Festa Colonial de Canela celebrou a cultura rural local, com famílias de diversas localidades oferecendo produtos tradicionais e shows gratuitos na Praça João Corrêa. A iniciativa “Apaixone-se por Canela” incentivou o turismo local, oferecendo diárias gratuitas em hotéis e promoções, reforçando o compromisso da cidade em revitalizar o turismo até a reabertura total das operações aéreas. Agosto: O mês viu um aumento no engajamento político com a aproximação das eleições municipais. A construção de 66 novas moradias para famílias em risco destacou o compromisso da Prefeitura com o bem-estar dos cidadãos. A segurança foi reforçada pela Operação Catedral, que resultou na prisão de suspeitos de tráfico de drogas, reafirmando o compromisso com a segurança pública. Setembro: Com as eleições se aproximando, os debates focaram na melhoria da educação e da saúde. Investimentos no aeroporto local prometem um novo impulso turístico, enquanto operações policiais eficazes continuaram a combater o tráfico de drogas. A cidade também anunciou novas atrações turísticas, prometendo experiências inovadoras para consolidar Canela como um destino de destaque. Outubro: Este mês marcou um ponto decisivo com as eleições municipais. Gilberto Cezar foi eleito prefeito, refletindo o desejo da população por renovação e crescimento. Canela também se preparou para o 37º Sonho de Natal, com expectativas de atrair um grande público e aquecer a economia local. Um incêndio na antiga sede do CTG Querência destacava a importância da vigilância e da segurança pública. Novembro: As celebrações natalinas começaram com uma forte colaboração comunitária na decoração da cidade. As reformas no aeroporto avançaram, prometendo melhorar a conectividade e o turismo. O debate sobre mobilidade urbana foi intensificado com a introdução de patinetes elétricos, destacando a necessidade de regulamentações para segurança viária. Dezembro: O ano encerrou com a diplomação dos eleitos e a formação do novo governo de Gilberto Cezar, focado em eficiência e inovação. A Associação Comercial e Industrial de Canela celebrou seus 80 anos, destacando seu papel crucial na economia local. A inauguração das novas instalações do CAPS reafirmou o compromisso com a saúde mental. A segurança pública fechou o ano com operações bem-sucedidas contra o tráfico de drogas, garantindo um ambiente mais seguro para os cidadãos. Ao fechar mais um ano de realizações e desafios superados, a comunidade de Canela se prepara para receber 2025 com esperança e determinação. A riqueza do nosso povo se reflete na resiliência diante das adversidades, na capacidade de inovar e de preservar nossas tradições, mantendo sempre vivo o espírito de união que nos caracteriza. A cada evento cultural, cada projeto de infraestrutura e cada iniciativa social, a força coletiva se manifesta, mostrando que juntos somos capazes de transformar a cidade em um lugar ainda
Canela 80 anos
Encartado nesta edição, caderno de aniversário de 80 anos de Canela Clique AQUI para folhear
Mater Suites e Apartamentos, uma experiência fora do comum!
Situado no quarteirão mais famoso de Canela ao lado da Igreja Matriz, o MATER Suites e Apartamentos abriu suas portas neste mês de dezembro inovando na forma de hospedar. Ocupando o edifício histórico que abrigou o antigo ginásio das irmãs Bernardinas no século passado, é um espaço totalmente contemporâneo, mas que respira história. Baseado na sustentabilidade como estilo de vida surpreende com beleza e bom gosto nos mínimos detalhes. Em ambientes requintados e acolhedores, aplica o conceito de que o novo luxo deve subtrair a ostentação e colocar o acolhimento, o design e a praticidade em seu lugar. Da parceria com o designer de móveis Aristeu Pires, foi criada uma linha de cadeiras e poltronas exclusivas para o Mater, utilizando a madeira retirada da antiga construção. Vigas e caibros de araucária que por mais de sete décadas serviram como alicerce, retornaram ao prédio como objetos de design aproveitando a própria madeira que nasceu em Canela e sobreviveu à passagem do tempo. Hospedar-se no MATER é uma experiência fora do comum que permite a cada hospede personalizar sua estadia, seja por um fim de semana ou por meses, incluindo tudo o que seja essencial para a sua estadia, em ambientes íntimos e aconchegantes que lembram uma casa, mas contando com todos os benefícios de uma rede hoteleira. Tanto as áreas comuns como o interior dos apartamentos receberam um toque do bom gosto característico dos proprietários Patrícia Picoli e Rafael Zilio que também assinam a Mãos do Mundo e a Casa Ermelinda. Mais do que apenas um quarto para dormir, as acolhedoras e espaçosas suítes, combinam materiais autênticos do prédio histórico estilo art déco totalmente revitalizado com intervenções contemporâneas sofisticadas, peças de artistas locais e móveis de design, para oferecer o máximo conforto a quem busca relaxar. Os elegantes Estúdios e Apartamentos oferecem tudo o que é necessário para o dia-a-dia. Espaços de 40 a 85m2, com cozinha equipada, sala de TV e mesa de jantar, pensados nos mínimos detalhes para permitir que os hospedes criem seu próprio roteiro, seja cozinhando em casa ou para desfrutar da atmosfera cultural e gastronômica que Canela oferece. O elegante Lounge tem sacada com vista privilegiada para a Catedral de Pedra, confortáveis poltronas em couro e oferece uma Wine Station com várias opções de ótimos vinhos, cafeteira e cervejas e refrigerantes no sistema self service para deixar as pessoas à vontade. Quanto a gastronomia, o que não falta são opções. No próprio prédio do MATER está o Café Cultura, o restaurante ACapella, e O Pasteleiro, e no entorno muito próximos para ir caminhando o Containner Bistrot, e o Empório Canela. São facilidades que nenhum outro lugar oferece. O Café Cultura com uma entrada exclusiva para o café da manhã dos hospedes é o complemento perfeito para agregar charme e praticidade à estadia no Mater. Desde a trilha sonora especialmente escolhida para se começar o dia com energia tranqüila ao cardápio com opções saborosas e saudáveis, o cheirinho do café passado na hora e o atendimento atencioso, tudo foi pensado para proporcionar uma experiência inesquecível. Canela ganhou mais um espaço nobre para valorizar o turismo e a gastronomia! Mater Suites e Apartamentos Praça da Matriz, 40 – Centro, Canela Reservas e WhatsApp 54.21375300
Social da Samanta – 656
Alessandro e Cintia Honorato atletas que estão a frente do CT Honorato acompanharam a primeira troca de faixa da filha Sofia, que agora é faixa cinza com branco no auge dos seus 4 aninhos! Parabéns! Foto: Creative FINAL DE ANO! Nosso 2024 está chegando ao fim. E quantas histórias, momentos e desafios ele nos apresentou. Que todos nós saibamos extrair o melhor de tudo o que passou e que em 2025 a saúde e prosperidade acompanhem toda nossa jornada! Feliz ano novo para todos vocês, meus leitores! Telmo Gomes e Irane Land os Guardiões da Cultura do Murano com o casal anfitrião Carolina e Carlos Porsch, no Spaccio RAR em Gramado Foto: Inventário Audiovisual O amor e conhecimento que Denise Silveira tem pelos chás é compartilhado através das suas incríveis combinações disponíveis no @teateabrazielan! Foto: Samanta Vasques Sempre linda e sorridente, nesta foto ainda mais iluminada, Tabatha Colla, em viagem a Punta del Este! Foto: Divulgação Renata Willrich apreciando o parreiral, carregado de uvas, durante passeio pelo interior de Gramado! Foto: Divulgação
Social da Bina – 656
Camila Tisott e os filhos Arthur e Miguel ganharam a visita do Papai Noel neste Natal Foto: Divulgação PODE VIR 2025 Acredito que não seja apenas eu a dizer: já deu de 2024. Ano tão desafiador para o povo do RS. Incertezas, tristezas, perdas… Nossa história está marcada por uma tragédia, mas também pela força da união e da superação. Agora é hora de dizer: pode vir 2025, mas venha leve, sereno e cheio de boas realizações. Feliz ano novo, para ti e para quem tu ama! A apresentadora gaúcha Patrícia Poeta veste criação da estilista gramadense Natália Negri Foto: Divulgação Natal na família Rossi: João e Mariá com a filha Isabela e Arthur Gibbins Foto: Divulgação Os pets de Tamara Silva e Tiago Pereira também celebraram o Natal Foto: Divulgação Joana Umpierre e Lucas Castilhos celebram a noite de Natal com os filhos Maria Júlia e João Miguel Foto: Divulgação Jonas Ludcke recebeu o secretario de Turismo de Gramado Ricardo Bertolucci Reginato para a inauguração do Museu do Vinho Foto: Bina Santos
A RESILIÊNCIA DOS XAXINS
Matéria publicada em 31 de Maio de 2024 – Edição 626 Apreciar uma mata nativa de xaxins é como abrir uma fresta na parede do tempo e espiar o passado. Seus caules marrons, felpudos e macios, folhas gigantes e um perfil primitivo fazem desta árvore uma verdadeira relíquia, um fóssil fora do solo insistindo em viver. Presentes desde os tempos dos dinossauros, famintos por ervas ou carnes, assistiram as grandes mudanças operadas na paisagem, como a formação do Oceano Atlântico, na lenta separação dos continentes que originou a América do Sul e África. Assistiram ao maior evento vulcânico ocorrido no planeta que culminou com a modelagem do planalto onde está assentada a Região das Hortênsias. A tudo resistiram geração após geração, milênio após milênio, independente do ocorrido em sua volta. Mais recentemente, foram quase extintos no Rio Grande do Sul, não por vulcões ou outros cataclismos naturais, mas pela exploração excessiva pela mão do homem. Seus caules eram utilizados, no início do povoamento de Canela e outras cidades da região, para pavimentação de ruas e calçadas, na construção de ranchos e, há poucas décadas, para o fabrico de vasos visando o plantio de orquídeas e outras epífitas. Em 2001, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) proibiu o corte e comércio de produtos derivados desta e de outras espécies da Mata Atlântica. Em pouco menos de um século, o homem quase conseguiu extinguir a espécie. Mas ela é resiliente, forte e indiferente ao nosso comportamento exploratório. Vai se mantendo protegida nos grotões e fundos de fazendas, naqueles ambientes de sombra e umidade. É uma planta primitiva sem um sistema eficiente de proteção contra a evaporação da água pelas folhas, sofrendo fácil desidratação quando exposta ao sol. Exemplares, extraídos dos seus ambientes naturais e replantados em jardins de casas, praças e condomínios, ficam prejudicados ou não sobrevivem nestes ambientes ensolarados. É uma questão de estrutura da planta. Talvez por isso o xaxim seja tão longevo, já que adotou, por motivos fisiológicos, este sábio adágio: “Boa é a vida com sombra e água fresca”. Conheço quatro ou cinco lugares no Rio Grande do Sul onde ainda existem espetaculares e raras matas de xaxins, com exemplares de até oito metros de altura, com centenas de anos e em quantidade inimaginável, formando uma autêntica floresta primitiva. Reservo-me o direito de omitir as coordenadas destes locais, já que fiz um tácito acordo com os xaxins, prometendo-lhes segredo.
Memorial Canela – O ano da grande arrancada
O Memorial organizou visita ao Casarão Oppitz Ideia que martelava a cabeça de um canelense preocupado com a erosão das nossas memórias afetivas em relação a Canela, na esteira da grande transformação arquitetônica que a cidade vem sofrendo, a Associação Memorial Canela que Paulo Drechsler sonhou é um fato. Entidade criada legalmente, com estatutos próprios, as suas realizações em 2024 são uma grata realidade em um ano marcado por tantos fatos negativos. Aglutinador por excelência, Paulo viu o seu grupo de amigos engajados no projeto aumentar consideravelmente, e hoje são dezenas de pessoas, de várias faixas etárias, todos imbuídos do desejo de ver o Memorial Canela dar passos adiante. Palestrantes com expertise sobre os assuntos hereditariedade, conservação do legado de ancestrais e constituição de acervo histórico foram trazidos. Visitas foram organizadas. Encontros com personagens importantes, protagonistas vivos de fases da trajetória de Canela, foram assistidos por um bom público. É o Memorial Canela vivo, para zelar da nossa história. O desafio que se impõe é a constituição de uma sede, para atividades e um museu. Considerando o que se fez em pouco tempo e a dedicação do pessoal, é um sonho que há de se realizar em breve. O poder público está prometendo apoio, a comunidade vai agradecer imensamente. Os Encontros com a Memória são um sucesso Em junho aconteceu o Encontro da Memória de Canela
Emagrecer em 2025
Nane de Souza – Nutricionista A dificuldade que uma pessoa tem para emagrecer pode estar relacionado a fatores hormonais, como distúrbio na insulina – hormônio do metabolismo da glicose, e distúrbio nos hormônios que regulam a fome e saciedade localizados no estômago. A semaglutida – o princípio ativo do medicamento Ozempic, possui ação sobre a insulina e sobre os hormônios do sistema digestivo. Temos hormônios de regulação de fome em diferentes pontos do sistema digestivo: no estômago a grelina; no intestino, o GLP1. GLP1 (Glucagon-like-peptide-1, em inglês), é um hormônio localizado na saída do estômago, sua atividade ocorre durante a refeição, GLP1 lentifica a passagem do bolo alimentar do estômago para o intestino, prolongando a sensação de saciedade. Além de sua ação regulando a velocidade de passagem do alimento, o GLP1 modula a insulina. Assim, o GLP1 aumenta a saciedade por retardar a velocidade digestiva e controla a glicose por exercer comando sobre a insulina. A semaglutida é uma molécula sintética análoga ao GLP1, isso quer dizer que Ozempic imita a ação do hormônio GLP1, na prática o que acontece é que mesmo comendo pouco, a pessoa se sente “cheia” por mais tempo. Por isso quem faz tratamento com Ozempic emagrece! Ozempic prova que muito do que precisamos modular (configurar) no organismo para emagrecer, está no metabolismo da glicose x insulina e na relação do estômago x velocidade digestiva do alimento. É possível, em boa medida, imitar a ação do Ozempic ao se montar uma dieta com baixa carga glicêmica e com alimentos que demoram mais para serem digeridos pelo estômago. Carnes, salada de folhas (a versão de salada mais alta em fibras), carboidratos mais resistentes como feijões, arroz integral e frutas com cascas. Refeições com essas construções são de baixa glicose e lentas de digestão. É sobre a glicose e o estômago que se deve intervir para emagrecer! Finalizo comentando que o protagonismo do estômago no emagrecimento é fato, assim como Ozempic, a cirurgia bariátrica também prova disso.
O Brilho e a Lama
O ano de 2024 marcou o Rio Grande do Sul com uma ferida aberta, difícil de esquecer. A lama tomou conta das ruas, invadiu lares, levou histórias, sonhos e até vidas. Cada casa atingida pelas enchentes trazia consigo não só o peso das águas, mas o silêncio pesado da perda. Nos olhos dos gaúchos, acostumados com a luta e a lida, havia uma mistura de cansaço e determinação, como quem resiste ao frio minuano e ao calor escaldante, mas agora precisava enfrentar as correntes de um rio transbordado. Em meio ao caos, brilhou a fé. Não como uma palavra vazia, mas como um abraço solidário, um prato de comida quente entregue em silêncio, uma mão estendida no barro. A fé foi o farol nas noites escuras, o sustento para seguir adiante quando tudo parecia perdido. Com a chegada de dezembro, o Estado vê novamente as luzes de Natal enfeitarem as ruas, principalmente aqui na Serra Gaúcha. Pequenas ou grandes árvores surgem, nas casas reconstruídas com esforço, nas empresas que equilibram-se entre o “tentar ou desistir”, lembrando que o espírito do Natal não se apaga, mesmo quando a vida desmorona. O brilho das luzes encontra um eco nas estradas que ainda seguem em reconstrução nos lembrando que as cicatrizes do ano ainda estão aqui, mas também de que é possível renascer. As famílias se reunirão como podem. Os presentes talvez sejam simples, para alguns apenas palavras, gestos ou a própria presença. No entanto, o verdadeiro presente é a resiliência, o amor que une cada um em torno do pinheiro enfeitado. Mais do que nunca, o Natal é uma promessa de renovação, um sussurro de esperança que diz: “A vida segue, e o melhor ainda está por vir”. (Tem uma música do Diego Torres que fala exatamente isso e adoro usar nos exercícios de teatro.) Entre o brilho e a lama, entre as luzes que enfeitam as ruas e as lembranças daquele maio que ainda nos assombra, nós, gaúchos encontramos força. Não para esquecer o ano difícil, mas para transformá-lo em um trampolim para dias melhores. Pois, como a luz das estrelas atravessam o breu da noite, assim também a esperança atravessa o lodo da dor. E o Natal, falo do verdadeiro espírito de Natal, iluminará os passos, assim como a estrela de Belém conduziu os Reis Magos, para um 2025 de recomeços. Eu acredito, e vocês?
Pra você (Léo RS)
Com mais um Ano Novo querendo abrir a porteira, nada melhor que uma pequena pausa para uma reflexão. Com os versos abaixo… (Entre rimas e abraços…) Pra você (Léo RS) Vem aí mais um janeiro… Talvez eu não tenha sido aquele superamigo dia a dia, o tempo inteiro. Não fui o velho parceiro nas horas de precisão. Com mágoas no coração por não ter feito o que pude mesmo eu sendo um peão rude venho te pedir perdão. Revirando por completo / o ano que chega ao fim vi que pensei só em mim / MEUS projetos, MEUS afetos. Tentei ser um homem reto / nas venturas, nas desditas, mas faltou uma visita, / um perguntar: – Como andas? Uma prosa na varanda, / umas risadas bonitas. Mas vos tenho em meu querer mesmo assim, meio de longe e o sol que a noite esconde ainda vai resplandecer. Ano que vem, há de ter mais vasa pr’um chimarrão. Rede social é ilusão pois não tem aplicativo mais gaúcho e lenitivo que o velho aperto de mão! O autor – Léo Ribeiro de Sousa – é serrano pura cepa, advogado reconhecido, amigo de longa data e poeta dos bons, conforme vimos na poesia acima. E é, também, autor de vários livros – Aos de Bombacha, Os Farrapos e a Maçonaria – e muitos outros. Ele é cria de São Chico de Paula e morador em Porto Alegre… E com estes versos, damos adeus ao 2024, já abrindo a porteira de 2025. Desejando saúde, paz e esperança a cada vivente do Rio Grande do Sul… a nossa terra!