(entre hotéis e restaurantes…)
Entre as incontáveis pesquisas feitas pelo folclorista Paixão Côrtes, existe uma que, de minha parte, volta e meia releio em alguns “recortes” dado pelo próprio autor, enquanto organizava o Projeto.
O dito Projeto intitulava-se a importância de ser “Serra”, de ser “Litoral”, de ser “Campanha”, de ser “Fronteira”, etc… Em evidência – e objeto maior do estudo – os usos e costumes, ou seja, o “jeito de ser” de cada região!
Após participar de uma live sobre Culinária Gaúcha, com a Casa dos Açores dia desses, despertou-me o assunto que trago a este espaço.
Assim, vale lembrar que, quando viajamos, temos em mente uma coisa: conhecer o lugar que escolhemos para ir, ou seja, sua história, geografia, gastronomia enfim, a cultura do lugar e seu povo.
Por isso – por morarmos em uma cidade turística – vemos (e não nos damos conta!), nossa cidade repleta de turistas de toda parte do mundo, em busca dos “nossos” pontos turísticos, “nossos” locais históricos, em busca do “nosso” artesanato, da “nossa” gastronomia… Eles querem conhecer “nossa” cultura, “nossos” usos e costumes, “nossa” história. Eles querem conhecer “nossa” identidade.
E nós, o que fazemos para ajudá-lo?
Com exceção dos pontos turísticos com nossas belezas naturais, creio que ficamos devendo algo sobre “nossa” identidade.
Quantas lojas, artesanatos ou comércio em geral, oferecem algo típico da região ao turista?
Quantos ambientes, particulares ou públicos (inclusive as praças), tocam uma música regionalista de uma rádio do local?
Quantos hotéis servem um café da manhã (simples e típico), em um ambiente decorado com elementos regionais?
Quantos restaurantes e churrascarias, têm em seu cardápio outros pratos da culinária típica gaúcha, além do arroz-de-carreteiro – que, por sinal, anda “sumido” – e do churrasco?
Quantos restaurantes (fora as churrascarias!) têm algum garçom pilchado (de bota, bombacha, lenço, guaiaca), atendendo o turista?
Ou, então, façam este teste: entre os garçons, tenha um pilchado (bota, bombacha, …). E peçam ao turista escolher por qual deles quer ser atendido!
Eis aí, a valorização de nossas origens (que o turista quer conhecer!), e uma oportunidade ímpar de mostrarmos o Rio Grande do Sul, sua história, culinária, usos e costumes.
Mais que a importância do “turista para nós”, saberemos quão importante “nós somos para o turista”.
E o ato de “ser gaúcho”, nos faz fiéis representantes e divulgadores da cultura do Rio Grande do Sul… a nossa terra!