(A tradição em rimas…)
As pesquisas em Folclore, na maioria das vezes, contemplam as danças, o artesanato, a culinária, etc, esquecendo as trovas e cantigas.
O folclorista Amadeu Amaral (1875 – 1929) em seu livro “Tradições Populares”, destaca as trovas dos “Romances Rústicos”, com o “Ciclo de Romances do Boi”…
Enfocadas na semana passada em “Romances do Boi”, as 4 trovas abaixo, a saber:
O Rabicho da Geralda (Recolhido por Sílvio Romero, no Ceará).
O Boi Liso (Recolhido por Pereira da Costa, em Pernambuco).
O Boi Espácio (Também colhido por Pereira da Costa, no mesmo estado, no sertão do Brejo da Madre de Deus. E por Sílvio Romero, em Sergipe e Ceará).
A Vaca do Burel (De Pernambuco).
Hoje, damos o arremate final ao assunto com outras cantigas do cancioneiro popular:
– ABC do Boi Prata:
Igualmente “autobiográfico” e cheio de aventuras e proezas, mas guardando apenas vagas semelhanças com os precedentes.
– O Boi Surubim:
Do Ceará, celebra as façanhas de um boi, mas este muito querido do seu dono, ao contrário dos outros.
– O Boi Moleque:
Narra uma história com peripécias análogas à do Espácio e do Rabicho, mas em sextilhas, terminando por indicar, ironicamente, a vitória do animal.
– O Boi Misterioso:
Espécie de lenda de um boi que desaparece sem deixar traço e reaparece ao fim de muitos anos, causando terrores.
– O Novilho do Quixelê:
Pelo pequeno fragmento reproduzido parece tratar-se, como diz aliás o colecionador, de um romance semelhante ao do Surubim.
– O Boi Vitor:
Histtória de um barbatão, semelhante nas linhas gerais às do Espácio, da Vaca do Burel, do Prata e do Rabicho.
– O Boi Pintadinho:
Como o precedente, mas também composição distinta, e não simples versão.
– O Boi Adão:
Do Piauí. Fragmento que deve ser da parte final, bastante parecido com a última parte do Espácio.
Entre nós, histórias muito conhecidas como o Boi das Aspas de Ouro e o Boi Barroso, são dignos representantes desse “Ciclo”, que contam e cantam a cultura do Rio Grande do Sul… a nossa terra!