Já se passaram duas semanas das eleições que elegeram novos Prefeitos, Vices e Vereadores em todo o Brasil e são muitas as entrevistas ou análises sobre os vitoriosos neste pleito. Tive a oportunidade de acompanhar esta festa da democracia pelo lado de dentro, em especial nos debates, assim observar reações e comportamentos dos candidatos ao Executivo. Confesso que foi um aprendizado e tanto. Hoje aqui, escolhi falar em quem foi preterido, nos que não foram escolhidos.
Conhecer as propostas e a afabilidade dos candidatos Andrei Mendes e Julio Nogueira, da federação PT/PcdoB e PV, me fez refletir sobre o quanto pode ser solidária uma sociedade em que o humano é estabelecido como prioridade. Apresentaram um ideário alicerçado em um conjunto de experiências nacionais com amplas possibilidades de implantação. Acreditei nas propostas da dupla e do Pedro Campos que os acompanhava. No outro lado do leque ideológico, os candidatos do PL Erni Schafer e Carmem Cramer, educados e gentis no convívio, acompanhados pelo incansável Alex, apresentaram um programa também passível de execução e embasado no desenvolvimento econômico. Também factível aquele conjunto de ideias.
A candidatura do PP/Novo trouxe a enfermeira Cristina e o Moises, que além de muito conhecimento em saúde e cultura, mostravam bom humor, amabilidade e alegria, por estarem ocupado a representação de um dos maiores partidos do município. A dupla e sua equipe, liderada pelo Guilherme Port, sempre amistosos e propositivos, mereciam colocar em prática aquele Plano de Governo que foi defendido com garra.
Eu conhecia, superficialmente, Marcelo Savi e Luciano Mello e a eleição 2024 me permitiu construir uma amizade com eles a partir do convívio. Os dois mostraram onde estavam quanto deles necessitaram, apresentaram propostas para o futuro e foram julgados pelo passado de outros. Marcelo surpreendeu positivamente pela inteligência, memória e humanidade. Luciano articulado, planejador e comprometido com o desenvolvimento. Corajosos e incansáveis, mas o dono da bola era outro.
Muito já foi dito sobre os eleitos que, nos próximos 4 anos, terão oportunidade de colocar os compromissos assumidos na campanha. Fiquei marcado pelo pronunciamento do Gilberto Tegner no debate entre os Vices quando, com a simpatia e humildade que lhe caracteriza, propôs aos demais concorrentes a construção de um pacto por Canela envolvendo todos os Partidos. Esta proposta do Tolão parece imprescindível considerando que dos 48 mil habitantes, 35.384 estavam aptos a votar, porém apenas 23.418 depositaram seu voto na urna. Perto de 12 mil se abstiveram….
Estes números expressivos precisam ser bem estudados porque eles demonstram que existe um silêncio ensurdecedor na atitude dos 2,54% que anularam o voto, dos 5,53% que deixaram o voto em branco ou dos, aproximadamente, 25% que simplesmente não apareceu ou os quase 20% de novos moradores que não transferiu o título para cá. Estes são a expressiva maioria dos canelenses que merece a atenção de todos os Partidos e, em especial, dos eleitos que certamente buscarão o melhor por Canela que merece uma gestão moderna e visão humanitária.
