Cacique Maurício fala para uma TV, a entrevistadora é a Kaingang Fuá
Há tempos alimento a crença de que poderia ser interessante aos indígenas Kaingang aqui da região receber turistas e comunidade em terras suas para mostrar sua cultura e produção, o que lhes geraria renda. Não estariam estereotipados a um produto turístico, e sim estampando quem são e porque estão aqui. Não entrando no mérito da extensão das terras em Canela, as quais reivindicam a posse por hereditariedade, apenas estariam copiando, na reserva deles, um modelo de subsistência aplicado, por exemplo, nos Estados Unidos.
O Festival Cultural Kaingang de Canela, nos dias 22 e 23 de abril, a ocorrer na aldeia Kaingang Kógunh Mág, localizada na Floresta Nacional de Canela, é mais um evento embrionário que poderia evoluir para uma prática constante, do tipo “venha ver quem fomos, quem somos e o que fazemos”. Ressalte-se o trabalho do cacique Maurício Salvador e da pequena divulgadora kaingang Fuá, com sua expressividade e fotografias, para aproximar escolas, comunidade e indígenas.
Promovendo atividades festivas e artísticas, debates e reflexões, o Festival será realizado com recursos federais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio do Departamento de Cultura da Secretaria de Turismo de Canela. Terá também o propósito de promover trocas culturais e fortalecer as relações entre os parentes de outras aldeias, reunindo representantes e atrações das etnias Mbya Guarani e Xokleng de Canela e São Francisco de Paula, e ainda convidados de outras regiões. Será cobrado ingresso, com meia-entrada para pessoas negras, idosas, estudantes, PCDs e LGBTQIAPN+.
A Aldeia Kógunh Mág também promoverá os Jogos Indígenas, de 24 a 26 de abril, uma iniciativa produzida coletivamente por esta comunidade indígena, também com apoio do D-epartamento de Cultura.
CROONER DE LUXO

A maturidade musical da banda Jazz Cinnamon, de Canela, vem acompanhada de prestígio e convites para se apresentar em todos cantos do Rio Grande do Sul. E às vezes o crooner e head do grupo, Luciano Soul reparte o microfone, vejam na foto com quem foi dessa vez: Eduardo Leite. Aconteceu no coquetel de abertura do South Summit Brazil, dia 9 de abril, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. O governador foi ao palco de improviso e cantou Fly me to the moon, à la Frank Sinatra.
MARIO VARGAS LLOSA
Ninguém me perguntou, mas digo que meu livro preferido de Mario Vargas Llosa é As travessuras da menina má. Gênios da palavra, como este peruano que morreu no 13 de abril aos 89 anos, conseguem transformar um tema convencional – um amor incondicional e resiliente – em uma trama com pungência tão arrebatadora que faz até os mais durões embarcar naquela atmosfera. Já tinha lido algumas coisas do ganhador do Nobel de Literatura de 2010 e, o seu engraçado Pantaleão e as Visitadoras, também assisti encenado em São Paulo, certa feita, em um teatro cujo palco inundava e alguns do elenco literalmente nadavam.
Politicamente anti-esquerdista, Vargas Llosa concorreu à presidência do Peru em 1990, perdendo para Alberto Fujimori. Surpreendendo a família, casou-se, aos 19 anos, com sua tia Julia Urquidi, relação que o inspirou para escrever Tia Julia e o escrivinhador. Deu um soco em Gabriel García Márquez (por quem era fascinado) quando foram vizinhos em Barcelona, por suposta insinuação de Gabo com a sua esposa Patricia, de quem estava temporariamente afastado. Há dez anos, passou a viver com a ex-esposa de Julio Iglesias, Isabel Preysler. Protagonista de luxo para um folhetim esse escritor, não?

Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa, antes da briga
INSTAGRAM MARIO.VARGAS.LLOSA
PATCHWORK DE PATCHWORKS

Carmen Netto é uma esteta do têxtil, explora as possibilidades da textura, seu discurso é a cor. A costureira-artista gramadense expôs na mostra individual Ser Plural durante o Festival Quilt Brasil, evento que teve neste mês de abril, em Gramado, sua 28ª edição.