O Dia da Mulher tem origem no século 19, quando operárias se organizaram em busca de igualdade e melhores condições de trabalho e salário, em fábricas dos Estados Unidos e da Europa. Esses movimentos se espalharam pelo planeta e superaram fronteiras de espaço, tempo e ideologia. Assim, o 8 de março se tornou uma data mundial para refletirmos sobre a participação feminina na sociedade, suas conquistas e desafios. De lá para cá, além da lembrança no calendário, muitas coisas mudaram nos ambientes de trabalho e também nas famílias. Hoje as mulheres já conquistam ambientes, considerados antes redutos masculinos. A presença delas mostra o quanto a “mulherada” topa e se dá bem em desafios distintos.
O jornal Nova Época traz o perfil de 4 mulheres para festejar este dia. Carla, Greicy, Melissa e Flaviana mostram, nas próximas linhas, que o mais importante é não desistir desta conquista de novos horizontes.
FLAVIANA
A rotina da Flaviana Yamaguchi é de maratonista. Além de correr por esporte, ela tem dois filhos, o Pedro de 5 anos e a Luisa de 2 anos, e o seu dia a dia é justamente equilibrar suas paixões e seu amor ao trabalho. Turismóloga, atualmente ela assumiu o Departamento de Experiências do Cliente, novo setor da Rede Laghetto, que visa transformar a estadia em seus hotéis em momentos memoráveis e únicos.
Ela conta que as mulheres são multitarefas por natureza. “Este é o nosso ponto forte. Nós mulheres estamos constantemente equilibrando rotina, vida familiar, auto estima. É preciso lidar com muitos assuntos e também com o preconceito, mesmo que este seja velado. Mas as mulheres têm a diplomacia como uma característica inerente, tanto nas relações pessoais, como profissionais, ressalta Flaviana.
MELISSA
Vinda da Região das Missões, Melissa Prestes já tem 20 anos de polícia. Sou muito operacional, cheguei na polícia querendo trabalhar nas operações de rua. O início foi difícil, tive que conquistar esta nova rotina, mostrar que uma mulher poderia participar das operações policiais”, conta Melissa. Já são nove horas no Posto de Polícia da Mulher (PPM), também chamado de Delegacia da Mulher, onde ela trabalha diariamente com casos de violência doméstica e amparo às vítimas. “As denúncias de violência doméstica, patrimonial, emocional aumentaram. As mulheres hoje sabem que podem ter uma vida sem medo. Aprendemos a nos desdobrar entre rotina de casa, com filhos e vida profissional. Ninguém nos ensinou. A vida nos mostrou e talvez por isto estejamos tão fortes nestes espaços que ocupamos”, completa ela. Melissa hoje não é mais plantonista e quando o seu dia de trabalho encerra, a atenção é toda para os filhos.
“Hoje eu me preservo, diferencio as vidas. O trabalho na polícia é pesado, lidamos com sofrimento e violência. Recebemos as denúncias de violência e averiguamos, realizamos o registro da ocorrência, cuidamos das medidas protetivas. É preciso saber cuidar destas vítimas e as mulheres entendem muito sobre cuidados”, acrescenta Melissa.
CARLA
Carla Reis é vereadora e reforça nas suas falas que a política é também ambiente para as mulheres. Desde 2012 ela está trabalhando para estar presente no legislativo canelense. “Sou uma sonhadora, gosto de trabalhar em grupo, mas também acho importante expressar a minha opinião. Fui eleita pela comunidade, eu recebi voz”, salienta Carla, que também trabalha como atriz, produtora e diretora artística. Quando ela é questionada sobre as conquistas de espaços para as mulheres, ela gosta de frisar que uma mulher ocupando novos espaços não é sobre ser melhor, mas sobre ter um olhar diferente que pode enriquecer, engrandecer toda uma situação. “Precisamos marcar presença, nos posicionar na sociedade. É importante ter representatividade feminina na Câmara de Vereadores, porque mulheres entendem o universo feminino e também as necessidades femininas”, conclui Carla.
GREICY
Já são seis anos como barbeira aqui em Canela, com uma clientela cativa. Ao escolher fazer um curso sobre cabelos, Greicy Chagas não imaginava que iria se encantar com o primeiro módulo “cortes masculinos” e que escolheria esta área como profissão. “Meus clientes não me questionam por eu ser uma mulher que escolheu cortar cabelos masculinos. Temos uma boa relação. Atualmente as mulheres podem escolher onde querem estar, como querem trabalhar. Com meu trabalho sustento meus filhos. Sou um combo fora do padrão: mulher, preta, mãe solo de 4 filhos”, fala ela.
Hoje ela mantém o seu studio em parceria com um tatuador, em frente à praça João Corrêa, no centro de Canela e aprendeu a não desistir de nenhum dos seus sonhos. “Nós, mulheres, podemos sonhar e conquistar”, finaliza Greicy.