(Tranquilo, igual cozinheiro de hospício…)
O gaúcho é, por excelência, um improvisador. Em cada situação cria algum verso, alguma citação. Não raro, cria expressões que perpetuam-se pelos tempos, folclorizadas pelo uso e aceitação populares.
Muitos “ditados”, não se valem necessariamente de expressões gauchescas, embora tenham sua origem no meio rural, no homem do interior, no povo, que tem um poder maior de observação.
E vivem, graças a popularidade que desfrutam…
Vejamos alguns onde predominam as expressões típicas:
Mais grosso, que dedo destroncado.
Mais nervoso que potro com mosca no ouvido.
Mais faceiro que ganso novo em taipa de açude.
Enrolado, que nem linguiça em balcão de venda.
Mais sério que guri cagado em porta de rancho.
Engraxado, igual telefone de açougueiro.
Chato que nem pelego de tropeiro gordo.
Faceiro igual égua com dois potrilhos.
Mais feio que congestão de torresmo.
Mais fedorento que arroto de urubu.
Mais gordo que cusco de cozinheira.
Mais grosso que taipa de açude.
E tem também, aqueles “ditados” que não se valem necessariamente de expressões gauchescas, mas que igualmente têm a tarefa de contar, geralmente com um certo humor, observações diversas do dia a dia…
Eis alguns:
Mais comprido que xingão de gago.
Devagar, igual enterro de viúva rica.
Perigoso que nem porre de licor.
Mais gostoso que beijo de prima.
Quente, igual frigideira sem cabo.
Mais mimado que gato de fresco.
Perigoso igual porre de licor.
Mais inútil que buzina em avião.
Forte igual sapato de padre.
Arriscado como correr de mão no bolso.
E assim por diante, uma infindável lista de frases comparativas criadas ao bel prazer, mostrando a espontaneidade e a criatividade do homem – principalmente – do interior do Rio Grande do Sul… a nossa terra!