Fotos: Vitor Hugo Travi
Originário da América do Norte, o girassol espalhou-se pelo mundo a partir do século XV, quando os conquistadores europeus o conheceram e levaram sementes para a Europa e, de lá, para a Ásia e África para ser cultivado nas incipientes colônias espanholas, portuguesas e inglesas. Os Incas e outros povos nativos da América Central e do Norte, há tempos conheciam e cultivavam o girassol, do qual faziam uma farinha utilizada na alimentação. Esta planta encantou os povos do outro lado do mundo, assim como o milho e a batata, ambas originárias das Américas, e rapidamente se transformou em uma planta de grande valor comercial.
Girar para procurar o sol é uma estratégia utilizada por muitas plantas. A cada segundo do dia, a posição da Terra, em relação ao astro-rei, vai mudando de leste a oeste numa trajetória ditada pela rotação do planeta, originando o dia e a noite.
Evita-se a luz excessiva por causar queimaduras e outros problemas na pele, enquanto o girassol, ao contrário, busca a maior exposição possível para pegar o máximo de energia para executar as complexas reações químicas resultando em açúcares, proteínas e gorduras. Este fenômeno natural é chamado de fototropismo positivo, cessando o processo durante a noite. O giro do girassol é um comportamento da planta em busca de energia plena.
Perseguir o sol é a sina dos girassóis. Atualmente, espalhada pelo mundo, levada pelo homem junto com animais domésticos, os queridos e úteis companheiros de viagens e conquistas, esta planta encanta as pessoas com o brilho do disco de flores douradas e ainda guarda um rico óleo, podendo se transformar em alimentos, cosméticos e medicamentos.
O simbolismo do girassol é interessante e remete a um sentido de felicidade, de bem-estar típico de quem está ao ar livre, desfrutando momentos agradáveis. A cor amarela e o tom laranja simbolizam lealdade, entusiasmo e vitalidade. É a energia luminosa transformada, concentrada e embalada na semente, a garantia da próxima geração e também a alimentação de uma vasta cadeia alimentar, incluindo o homem.
Um girassol florido parece um rosto redondo sem boca, nariz ou olhos, mas expressa claramente a vontade atávica de seguir a luz e, dela, extrair a energia vital. Não cheira, mas emite um perfume atrativo aos insetos. Não fala, mas emite sons inaudíveis durante seus movimentos diurnos. Não vê, mas encontra perfeitamente a fonte de energia durante o dia. Não ouve, mas responde bem aos estímulos do ambiente que, a nós, são desconhecidos. Os girassóis cumprem a sua rotina da mesma forma de um rosto humano, o de reconhecer, ouvir, cheirar e se movimentar em direção ao alimento e a sua parceira, nutrindo o corpo e se fortalecendo para formar a próxima geração.
