A boa onda que a produção audiovisual brasileira está surfando, graças ao sucesso internacional de Ainda estou aqui, veio a coincidir com a valorização que temos que dar para as iniciativas do gênero que surgem em todos os cantos, como em Canela.
Realizações de nossos artistas e produtores podem ser o embrião de grandes feitos, quando o que não falta é talento. Estamos falando de O armário interior, um curta-metragem de animação que terá sua estreia para o público nesta sexta-feira, 7 de março, às 19h, no Espaço Nydia Guimarães (Rua Danton Corrêa da Silva, 746) com entrada franca.
O curta tem oito minutos, mas levou cerca de seis meses para ser finalizado, devido à técnica stopmotion, onde todos os movimentos da cena são fotografados, um por um, e depois é gerado o movimento em vídeo.

Aprovado pela Miraceti Projetos Culturais na Lei Paulo Gustavo, em edital elaborado pelo Departamento de Cultura de Canela na modalidade de audiovisual, o roteiro foi adaptado de um conto escrito por Joni Neto na oficina de Escrita Criativa do programa UCS Sênior. Joni foi proponente do projeto e diretor, ao lado de Amallia Brandolff. A temática da obra são as memórias e percalços da 3ª idade. O personagem principal, o “senhorzinho”, relembra sua vida através de aromas e cheiros em sua cozinha, enquanto encontra dificuldades no relacionamento com a filha.
Poucas vezes um trabalho coletivo envolveu, acredita este colunista, profissionais de tantas áreas e de tão diferentes aptidões. Citando alguns, dentre toda a gente boa engajada no projeto, a confecção dos personagens, em feltro, foi feita por Lana Rosa Studio, os cenários são de Potira Moura, o roteiro foi adaptado por Fernando Gomes, o sound design a cargo de Fernando Martinotto e Enio Martins. O resultado só poderia ser mesmo muito bom.

A lã de ovelha traduzida em sentimento
A artista plástica Lana Rosa, radicada em Canela, confeccionou os personagens de O armário interior por meio da técnica needfelting (foto à esquerda), que é a feltragem com agulhas em lã de ovelha, verdadeira arte pouco conhecida e que proporciona infinitas possibilidades. Lana mandou para nós as suas impressões sobre contribuir para o resultado final do curta-metragem: “Fiquei muito feliz pelo convite do Joni, conheci o roteiro e achei lindo o conto, a ideia, a integração de todos, pois é complexa uma animação em stopmotion. Foi um desafio traduzir através da lã as expressões e características de cada personagem! É um trabalho precioso pois une vários talentos em articulação para passarmos uma ideia única e sensível, como no conto do Joni. Cada um contribuiu com sua parte para um trabalho minucioso que requer paciência e profissionalismo.
Saiba as últimas da santa sede

Fernando Gomes, sempre à frente do ramal canelense da oficina Santa Sede – Crônicas de Botequim, informa que na sexta-feira (7), inicia a Oficina Mosaico, no formato online. Este módulo é indicado para iniciantes e para quem deseja se manter escrevendo. Os desafios da escrita de crônicas são feitos a partir de imagens clicadas por grandes fotógrafos da região. Serão cinco encontros, às sextas-feiras, às 19h, via Google Meet, mas o ponto de encontro é o Empório Canela. Para se inscrever, acesse o instagram @oficinasantasedecanela. Você pode também enviar email para oficinasantasedecanela@gmail.com.
A comemoração dos 15 anos da oficina será em Porto Alegre, nesse sábado (8), a partir das 14:30, no Espaço Força e Luz, no Centro Histórico de Porto Alegre, a partir das 14h30. Entrada grátis. Quatro moradores de Canela (Rossana Fantauzzi, Ricardo Largman, Tânia Pereira e o próprio Fernando), a gramadense Heidi Lauterbach e Paty Viale, de São Chico, figuram na coletânea Santa Sede 15 anos, ao lado de cronistas de vários locais.
Já no dia 17 de março começa a terceira oficina curta deste início de ano, Mosaico, também com cinco encontros no Empório Canela. Procurem o Fernando e boas escritas!