MEGA DOMO
O processo judicial que envolve a instalação, desmonte e remoção da estrutura do Mega Domo, em Canela ,ganhou um novo capítulo. Esta semana, a pedido da Vigilância Sanitária, o Ministério Público (MP) despachou, na terça-feira (6), uma petição, para que a lona de mais de cinco mil metros quadrados do Mega Domo seja recolhida do terreno particular, onde foi instalada. A ação refere-se ao acúmulo de água parada sobre o material e alerta para o potencial criadouro do mosquito aedesaegypiti, transmissor da dengue. O pedido dá prazo de cinco dias, a partir da decisão judicial, para que a empresa responsável pela estrutura remova a lona desinflada e qualquer outra estrutura que possa acumular água.
A multa diária em caso de não cumprimento do prazo é de R$ 10 mil. Na petição, segundo a promotoria, foi solicitado ao Judiciário que autorize a Prefeitura a retirar a lona caso a empresa não realize o serviço.
Em março do ano passado, o MP ajuizou pedido para que o Mega Domo fosse desmontado no prazo de 30 dias. De acordo com a ação civil pública, a estrutura estaria sobre área de preservação permanente sem licenciamento ambiental e sem apresentar soluções de mobilidade urbana, uma vez que o toldo fica entre as rodovias RS-466 e RS-235.
O QUE ERA O EQUIPAMENTO
O Mega Domo foi lançado no final de 2022, com a apresentação do espetáculo Viagem de Natal representando um investimento de R$ 20 milhões. A temporada durou pouco mais de dois meses.
O espaço instalado tinha cinco mil metros quadrados, altura de praticamente um prédio de 10 andares e trouxe dois mil lugares para que visitantes acompanhassem o espetáculo, que tinha duração de cerca de 75 minutos.
O espetáculo contava a história de um fotógrafo que, ao passar o Natal longe da família, seguia o conselho da mãe e tentava realizar o sonho de fotografar o Papai Noel.
VIGILÂNCIA AFIRMA QUE NÃO HÁ FOCOS DE DENGUE E EMPRESA DIZ TER NOVA DATA PARA DESMONTAGEM
Por outro lado, a empresa responsável pelo Mega Domo alega que amparada por uma decisão judicial, o prazo para a retirada de todas as estruturas encerra em 10 de março.
A direção da empresa, que trouxe o atrativo turístico para Canela, informou que já tinha a intenção de remover o equipamento, desde que contestações surgiram, mas devido ao alto valor do custo da operação para retirar o equipamento, somado ao período de incessantes chuvas em janeiro, retardou a desativação completa do Mega Domo. Porém, a remoção completa se tornou possível e até 10 de março o equipamento será retirado do terreno particular onde está.
A equipe, que está a frente do equipamento, garante que há um cronograma de desmontagem e que o mesmo conta com segurança 24 horas e não há foco de mosquito da dengue. Em relação às suspeitas de que a água acumulada sobre a lona está causando a proliferação do mosquito da dengue, a produtora responsável pelo mega Domo garante que não há focos do mosquito transmissor da doença. Produtos são aplicados na água acumulada sobre a lona, para evitar o surgimento do mosquito da dengue e outras pragas, e seguidamente a lona é inflada para escoamento da água empossada.
A afirmação sobre a não existência de focos do mosquito na água acumulada sobre a lona do Mega Domo é corroborada pela Vigilância Sanitária. “Em relação a possíveis focos do mosquito Aedes aegypti no local, transmissor da dengue, a equipe de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Canela realiza semanalmente vistoria na área na qual não foi constatado nenhum foco do mosquito”, diz nota enviada a imprensa pela assessoria da Prefeitura. O texto ainda informa que “a equipe de Vigilância Ambiental informa que o terreno está sendo monitorado constantemente e que todas as medidas administrativas cabíveis estão sendo executadas visando o bem-estar da comunidade e dos moradores do entorno do terreno”.
Os criadores do Mega Domo, em Canela, tinham um contrato de três anos de aluguel do terreno onde foi instalado, e com a sequência de problemas que culminaram com determinação judicial para despejo, eles estimam que acumularam prejuízos que somam R$ 50 milhões e deixaram de realizar sete grandes espetáculos. A tendência é de que após ser desinstalado em Canela, o Mega Domo seja erguido novamente na região central do País.
O QUE DIZEM OS RESPONSÁVEIS
“Informamos à comunidade de Canela que o Domo está com cronograma de retirada de suas estruturas em andamento, conforme acordado com as autoridades e o proprietário do terreno. O Domo vem sendo inflado, com o objetivo de retirar a água que se acumula em decorrência das fortes e frequentes chuvas (principalmente janeiro) que tem acometido a região. Sobre a água que eventualmente empoça, por orientação das autoridades sanitárias e órgãos competentes, temos aplicado produtos repelentes, evitando assim a proliferação de mosquitos e outras pragas. Além disso, há uma drenagem permanente, com mangueiras, retirando a água que se acumula. O Domo conta com vigilância 24h e nunca esteve abandonado. Sua retirada, contudo, demandou negociações entre diversas empresas, instituições e pessoas, além de exigir altos recursos financeiros, que somente agora puderam ser obtidos.” (Nota à comunidade assinada por Equipe Mega Domo)