Sexta-feira fui no lançamento do livro do meu amigo e irmão Pedro Oliveira. Do Campestre à Cidade das Hortênsias é um resgate histórico de memórias e também de nossas vocações. Para entendermos o que somos e para onde podemos ir, precisamos entender de onde viemos.
Faz décadas que nossas memórias estão esquecidas. Esquecidas não, mas guardadas na cabeça de uns poucos abnegados que insistem em não deixar com que elas se apaguem. O Pedro, o Sr. Olmiro dos Reis, Marcelo Veeck, Rodrigo Azambuja, entre outros, persistem em uma inglória luta para manter e resgatar as memórias de nossa cidade de Canela.
Quando viajamos para outros lugares turísticos, parte do passeio e do prazer é buscarmos a história e a origem daquele povo e do lugar. Compreender a vocação daquela terra, nos faz disfrutar de maneira mais profunda a experiência turística. Hoje, se algum turista quiser saber mais sobre nossa cidade, ele não tem um Museu que mostre o que nossos antepassados construíram e os principais acontecimentos históricos que definiram nosso destino.
Por isso, movimentos como o livro do Pedro e os filmes que o Lucas Dias produz, intitulados de Canela 90 Segundos, são essenciais e eternizam nossas memórias.
Eu me permito sonhar com o dia em que teremos um museu sobre Canela. Local onde estas pessoas que hoje guardam a nossa história em suas mentes e em itens colecionados ao longo de anos, possam eternizar essas memórias e expor elas para nossa população e para os turistas. Iniciativas como a Associação Memorial Canela parecem estar nos deixando cada vez mais próximos deste dia.
No momento que nossa comunidade discute um novo plano diretor e que nos deparamos com a dificuldade de termos uma única matriz econômica (o turismo) que pode, por fatores externos, travar suas engrenagens, resgatar essas memórias é essencial. Só acharemos alternativas econômicas e de bem-estar se olharmos para o futuro com os olhos do passado, entendendo e aprimorando aquilo que somos vocacionados.