As redes sociais desempenham um papel fundamental na forma como as pessoas constroem e percebem suas identidades. O ambiente digital, com suas curtidas, comentários e seguidores, alimentam um ciclo de validação instantânea, exacerbando o ego e criando a necessidade constante de aprovação externa. Vemos de tudo: inveja disfarçada de aplausos, pessoas vivendo em realidades alternativas, narcisistas aos montes, pessoas com baixo amor-próprio mudando a própria aparência com filtros, bastante voyeurismo, muito masoquismo (ficar vendo fotos de famosos e comparando-as com a própria vida é o quê!?) e por aí vai.
Um dos grandes desafios das redes sociais é a maneira como incentivam as pessoas a moldarem uma versão idealizada de si mesmas. Postagens cuidadosamente selecionadas e filtradas muitas vezes exibem momentos de sucesso, felicidade e beleza, criando uma falsa impressão de perfeição. Esse fenômeno não apenas inflama o ego de quem publica, mas também provoca comparações constantes entre os usuários, levando muitos a sentir que precisam alcançar um padrão irreal para serem aceitos.
Outro aspecto crítico é a monetização da popularidade. Influenciadores digitais, por exemplo, são frequentemente recompensados por terem um grande número de seguidores e engajamento, o que, por sua vez, reforça a necessidade de cultivar um ego inflado, quando não expressam opiniões exageradas ou agressivas, na busca por atenção ou dominação. A obsessão por manter uma imagem pública que atraia seguidores e marcas pode resultar em uma desconexão entre o verdadeiro eu e a persona online, causando efeitos prejudiciais à saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima quando essa validação não é alcançada.
Quando usadas de maneira consciente, as plataformas podem servir como ferramentas poderosas para compartilhar experiências autênticas, apoiar causas importantes e construir comunidades baseadas em interesses e valores comuns. Você já se perguntou como tem utilizado as suas redes sociais no contexto atual? Porque sim, já pecamos pelo ego e ao mesmo tempo por não querermos “aderir” ao mundo online. Talvez, de tempos em tempos, seria interessante apenas refletir sobre nossas vivências e compartilhar aprendizados, equilibrando o uso da plataforma entre a exposição do ego e o crescimento pessoal. Afinal de contas, o ego é um espelho distorcido desde os primórdios da humanidade, pode nos empoderar ou nos aprisionar em uma imagem ilusória, afastando-nos de quem realmente somos.