(Entre o humor e a poesia…)
(Santiago, em seu livro “Os Causos do Macanudo Taurino Fagunde”.
Mercado Aberto/POA – 1982)
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Outonias
(Luiz Coronel)
Rio Guaíba no outono
Somente os cabelos rubros / aparecem sob as cobertas,
Mas logo o sol se levanta / e nada em águas despertas.
Com esse ouro laminado / que tem o guaíba no outono,
Quando o sol quer se sentar / as águas lhe servem de trono.
O sol estende sua colcha / de um vermelho rarefeito.
E, como as águas são frias, / devagar, entra no leito.
Melancolias de outono
Neste outono tão azul / tão de leve o tempo avança.
As horas não correm, dançam / enquanto o tempo descansa.
A lua vinha presa
com mil estrelas de escolta.
Se o sol levou a saudade,
quem mandou trazer de volta?
Lá vem o sol ovelheiro, / retouçando pelo espaço
tomo um mate, me espreguiço / e a manhã me dá um abraço.
Luiz Coronel escreveu centenas de poemas, entre os quais Gaudêncio Sete Luas, Pilchas, Esporas do vento, Cordas de espinho, O Amor em paz, O tempo e o vento, Relembranças, A triste milonga de Leontina das Dores, O ferido coração da América… Escreveu dezenas de livros, como Domingo Ensolarado, Um Cronista Inesperado, 50 anos de poesia, A Esperança e o Desalento, Filé de Borboleta, Érico Veríssimo 100 anos, Um Girassol na Neblina, Cidades Gaúchas…
Luiz Coronel, escritor, compositor e publicitário, nasceu a 16 de julho de 1938 em Bagé – a Rainha da Fronteira – aqui no Rio Grande do Sul… a nossa terra!