Viajar é sempre uma experiência que nos enriquece, nos transforma e nos faz felizes! Eu, particularmente, amo viajar e conhecer novos lugares. Entretanto, por a minha cidade ter uma vocação turística, sempre que viajo, as comparações se tornam inevitáveis.
Na semana passada, visitei Minas Gerais. Um estado gigante que, em seu povo, guarda o melhor de sua essência. Os mineiros são receptivos, simples, educados e muito atenciosos.
Dentre os locais que explorei, destaco a região de Ouro Preto. Encravada entre as montanhas, essa cidade foi responsável por aproximadamente 40% de todo o ouro produzido no mundo entre os séculos XVIII e XIX. Isso mesmo, leitor! De lá saiu a maior parte do ouro gerado no mundo durante quase 200 anos.
Visitamos diversas igrejas, locais históricos, museus, entre outros. No entanto, o que mais nos impressionou foi um local relativamente novo, inaugurado em 2022, chamado Palácio D’ouro. Trata-se de uma residência do século XVIII totalmente restaurada, que pertenceu a um grande minerador. Além da casa, também é possível visitar uma mina de ouro nos fundos da propriedade, tudo cuidadosamente restaurado, inclusive as senzalas. É impossível não imaginar e refletir sobre as atrocidades do período da escravidão.
Apesar do enorme potencial turístico daquela região, que abriga o maior patrimônio histórico do barroco, assim como em quase todo o Brasil, a estrutura é bastante improvisada. Infelizmente, as estradas mineiras são péssimas, o que torna o deslocamento dentro do estado complicado e perigoso. Além disso, as igrejas, talvez o principal atrativo turístico da região, não apresentam horários de visitação regulares, e, invariavelmente, os turistas não conseguem acessá-las. Nós, por exemplo, não conseguimos visitar a igreja que possui o maior acervo de Aleijadinho. Quando chegamos lá, um papel escrito à mão nos informou que ela estaria fechada devido ao falecimento de um funcionário.
Agora, imaginem quem vem do outro lado do mundo para visitar essa igreja, chegar lá e se deparar com esse tipo de aviso!
Descrevo isso porque percebo um verdadeiro abismo em termos de serviços entre nossa região e as demais regiões turísticas do Brasil. Temos falhas, sim, mas nosso atendimento e profissionalismo no turismo estão muito à frente de qualquer outro local do país.
Voltei encantado pelas maravilhas que conheci, mas triste ao ver que um local com potencial para receber milhões de turistas de todo o mundo é totalmente subaproveitado. Por fim, precisamos preservar nossos dois maiores ativos turísticos da região, que nos diferenciam do Brasil inteiro. Devemos manter a segurança e nosso serviço de excelência. Sem esses fatores, não teríamos como competir com destinos que oferecem praias paradisíacas ou tesouros históricos.