O trem e o folclore

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(Nos trilhos da história…)

              No interior ou na cidade grande (porém, com maior incidência no interior!), o trem foi e é um fato determinante na vida de cada um.

              Trem de passageiros, trem de carga, eles foram sinônimo de progresso, antes do automóvel e do caminhão, com grande participação no desenvolvimento de uma nação.

              E o Folclore sempre presente, conforme nos mostra Mário Souto Maior em seu livro “Nordeste: a Inventiva Popular”:

              O imaginário popular é rico em criações a respeito de uma situação, de uma pessoa e seu meio, como veremos a seguir, com relação ao trem:

                O poeta Manuel Bandeira explora a onomatopeia do trem em movimento, no poema Trem de Ferro:

                                “Café com pão / café com pão / café com pão

                            Virge Maria que foi isto maquinista.                                          

                                          Agora sim / café com pão / agora sim

                                          voa, fumaça / corre, cerca

                                          aí seu foguista / bota fogo

                                          na fornalha / que eu preciso

                                          muita força / muita força / muita força…

                            Oô…

                            Foge, bicho / foge, povo

passa ponte / passa poste / passa pasto

passa boi / passa boiada / passa galho

de Ingazeira / debruçada no riacho

que vontade de cantar”.

              Na música popular de todo esse nosso Brasil, o trem é tema de marchas de carnaval, sambas e até de valsinhas.

              Como o poema “Trem de Alagoas”, de Ascenço Ferreira. Que, dizem, já se folclorizou:

                                          “O sino bate, / o condutor apita o apito

                                          Solta o trem de ferro o apito, / põe-se logo a caminhar…

                                          – Vou danado pra Catende, / vou danado pra Catende

vou danado pra Catende / com vontade de chegar…….

(…………………)

Adeus! Adeus!

              E o apito do trem se juntou ao lenço para significar partida, saudade! Conforme Jayme Griz (Rio Una) canta:

                                          “Longe, longe, muito longe,

                                          dentro da tarde triste / apita um trem…

                                          Meu Deus, que saudade

                                                Não se de que, / não sei de quem…”.

              O trem, inegavelmente foi elemento decisivo no desenvolvimento de muitas cidades, transportando o progresso, a economia, a cultura e as pessoas, como aconteceu há cem anos aqui em Canela… a nossa terra!

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