PERDAS EM SÃO CHICO BEIRA R$ 280 MILHÕES

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PERDAS EM SÃO FRANCISCO DE PAULA BEIRAM 280 MILHÕES DE REAIS POR CAUSA DAS CHUVAS

Município, que recebeu 853mm de chuva em 20 dias, registra grandes perdas na agricultura e na malha rodoviária municipal.

O Município de São Francisco de Paula já calcula o impacto econômico resultado da tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul: o prejuízo já chega a 280 milhões de reais. Os principais atingidos são os agricultores, silvicultores e a população que mora no interior do 15º maior município do Estado, com mais de 3 mil quilômetros de estradas municipais não pavimentadas. Em 20 dias, a Secretaria de Agricultura registrou 853mm de chuva, a responsável pelo caos que se instaurou desde então: famílias ilhadas, pessoas desalojadas, estradas intransitáveis, rotas escolares suspensas, escola sob risco de desabamento, pontes destruídas e perdas inestimáveis na agricultura.

Perda de 233 milhões de reais na agricultura
A agricultura, silvicultura e pecuária são as maiores fontes de receita de São Francisco de Paula. Em 2024, a Secretaria Municipal de Agricultura calcula os seguintes dados sobre a produção local: são 3 mil hectares de milho, 9 mil hectares de soja, 3,5 mil hectares de batata inglesa, 1,3 mil hectares de maça, 100 hectares de uva, 1,5 mil hectares de olerícolas, além de um rebanho de 127 mil bovinos e 12 mil ovinos. Além disso, 35 mil hectares de silvicultura são cultivados no município.

As perdas calculadas chegam a quase 50% produção na maioria das culturas, chegando a perto de 100% de perdas na olericultura (hortaliças). A precipitação registrada no interior chegou a 853mm de chuva entre os dias 22 de abril e 13 de maio. Em relatório enviado para a Defesa Civil do Estado, o Município calculou uma perda de 233 milhões de reais neste setor em 2024.

Prefeitura estima que serão necessários 30 milhões de reais para recompor estrada municipais

Estradas interrompidas deixaram cerca de 2 mil pessoas ilhadas no interior

Com mais de 3 mil quilômetros de estradas municipais não pavimentadas, São Francisco de Paula estima um gasto de 30 milhões de reais apenas para restabelecer acesso em 22 pontos interrompidos na área rural e em outros 14 pontos, tão danificados, que o Executivo não recomenda o tráfego no trecho. Cerca de 2,5 mil quilômetros precisarão de reparo total. Outros 20 milhões de reais são estimados para refazer pontes que foram totalmente danificadas pelas cheias nos rios. A Prefeitura disponibilizou um mapa em tempo real para acompanhar os trechos municipais interrompidos, que pode ser acessado em bit.ly/estradassaochico.

Mapa atualiza em tempo real trechos interrompidos no interior de São Francisco de Paula.

Em razão do dano extenso nessas estradas não pavimentadas, cerca de 2 mil pessoas que moram nesses trechos estão impedidas de acessar a Sede de São Francisco de Paula e de acessar atenção básica como escolas, hospitais e medicamentos. Das cerca de 60 linhas de transporte escolar, 30% não estão operando por causa da interrupção de estradas. Agricultores, silvicultores e olericultores estão sem conseguir escoar o pouco que restou da produção. A Secretaria de Obras, que conta atualmente com 9 equipes fazendo a manutenção de trechos no interior, estima que este número precisaria chegar no mínimo a 15 para garantir a prestação completa do serviço. Isto significa ainda muitos milhões em investimento em maquinário.

Caixa municipal estrangulado

Com contratações emergenciais em todos os setores para atuar nas situações mais críticas, o Prefeito Marcos Aguzzolli já anuncia: o caixa municipal não dará conta de suprir todas essas perdas.

“As soluções neste momento precisam ser muitas e todas exigem valores muito acima da capacidade financeira de São Francisco de Paula, com seus 21 mil habitantes. Já contratamos equipes extras e maquinários para tentar solucionar alguns pontos no interior, mas a perna ainda está curta. Só em manutenção de estradas e pontes, nosso gasto está estimado em 30 milhões de reais. A estimativa é que percamos mais 8 milhões de reais do caixa que viriam de ICMS. Sem ajuda Estadual e Federal não conseguiremos restabelecer a normalidade por aqui”, afirmou.

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