(A semana que o Rio Grande parou e chorou!…)
Os últimos acontecimentos no nosso Estado – desnecessário elencar – nos trouxeram à lembrança muitas histórias, causos e versos na nossa literatura, onde a temática é a preocupação do gaúcho com sua terra natal…
Onofre Machado Ramos, em seu livro Cantos que eu canto, muito bem descreve a preocupação do homem com o meio ambiente, nestes versos que exprimem esperança e fé…
“Olha prá baixo, São João! / Tem pena deste meu pago.
Eu que fui sempre índio vago, / não sei nenhuma oração.
(…………..) Eu tive o pampa por berço
e tenho este céu por teto; / sou um pobre analfabeto
mas de todo o coração, / eu te prometo uma vela
e te peço comovido / atende este meu pedido:
Olha prá baixo, São João”.
Amaro Juvenal em seu famoso “poemeto campestre” Antônio Chimango – livro escrito há mais de 100 anos (1915) – cria citações de inusitadas, como na estrofe 97 – Quarta Ronda – onde lemos:
“O Camaquã ficou cheio,
deitou água campo fora,
ali nos veio a caipora,
que o destino ninguém poupa:
Nem tempo pra mudar roupa
nem pra desatar a espora”
Mais adiante, na estrofe 197 – Quinta Ronda:
“Pobre Estância de São Pedro / que tanta fama gozaste!
(…………..)”.
E, na estrofe 200:
“Os açudes arrombados, / as invernadas abertas;
As varges estão desertas, / onde o gado andava em pontas;
(……………)”.
José Hernández, no seu famoso Martín Fierro, no Canto X, estrofe 297, nos traz:
“Hoje temos que sofrer / desgraças que não têm conta;
Mas nada me desaponta / porque é assim este pastel:
Na vida a gente defronta / mais voltas que um carretel…”.
Mas, vale lembrar, uma preocupação maior, que diz respeito à conservação da nossa memória: documentos pessoais e públicos, fotografias, álbuns, arquivos, etc, que podem ter sido perdidos para sempre.
Mas, o gaúcho continua de pé e â ordem, vigilante e atento, para guardar (e resguardar) a história passada e presente dessa hoje tão sofrida Estância de São Pedro – primitivo nome do Rio Grande do Sul… a nossa terra!