Dizem que alto do campestre havia uma linda estância. Rodeada de pinheiros, com uma aguada boa que caía numa formosa cascata. Tropeiros que ali passavam se encantavam com o paradouro. A sombra de uma caneleira era um dos pontos de descanso.
Com o tempo muitos se aquerenciaram ao lugar. Peões e prendas se renderam as belezas naturais.
O progresso surgiu com a hospitalidade e com a estrada de ferro. Quando a estância se emancipou surgiram os patrões que foram se sucedendo na administração. Uns bons, outros ruins porque nenhum foi igual. Peões e prendas sempre fizeram suas lidas para ter o melhor para si e também para oferecer aos viajantes.
Mas essa estância perdeu um pouco de seus encantos por conta de lidas malfeitas. Até mesmo a caneleira já não existe mais. Mas com calma e com jeito, tudo fica a preceito. Esta estância, daqui a duas semanas vai escolher um novo patrão ou patroa. Quem for escolhido para cuidar da guaiaca alheia deve ser visto sempre com receio, pois na mão do povo está o freio, para a coisa não ficar feia. Peões e prendas não devem se render aos caprichos dos pretendentes.
Que os valores dos heróis farroupilhas inspirem os peões e prendas para escolherem uma pessoa de respeito. E para isso basta olhar o que são e o que fizeram com a própria guaiaca. De preferência um que grite menos, que lide mais e que não seja achegado aos grilhões.
Que esta estância da querência amada tenha dias melhores para peões, prendas e viajantes. E viva o Rio Grande.