De repente, é como se uma vassoura tivesse varrido o tempo e nos deixado aqui, no último mês de 2024. Dezembro chegando com suas luzes e urgências, mas também com aquela pontinha de reflexão que só o fim do ano traz. E nesse clima de balanço e recomeço, “Wicked” estreia nos cinemas e desembarca como um sopro de magia, nos lembrando que a vida, assim como o palco, é feita de improváveis encontros e escolhas inesperadas.
Para quem ainda não conhece ou assistiu, “Wicked” é a história antes da história. Um prelúdio do universo de Oz, onde Glinda, a popular mas sem poder, e Elphaba, a incompreendida, a “aberração”, descobrem que seus destinos estão entrelaçados de formas que nunca imaginaram. É uma narrativa sobre o improvável: duas almas opostas que se encontram, se estranham, se desafiam – e, no fim, transformam-se uma pela outra.
Mas a vida não é assim também? Caminhos que se cruzam, às vezes por acidente, e pessoas que entram em cena quando menos esperamos, deixando marcas profundas. Quantas vezes olhamos para trás e percebemos que foram as amizades improváveis, conversas desconfortáveis e os encontros inusitados que mais nos moldaram? Glinda e Elphaba nos ensinam que o mundo não é feito de preto e branco, mas de incontáveis tons de verde, dourado e rosa. Que a popularidade não garante felicidade, e que ser fiel a si mesmo pode ser a escolha mais difícil – e também a mais libertadora. Entre festas e listas de resoluções, “Wicked” nos convida a olhar para essas encruzilhadas da vida com um novo olhar. Neste fim de ano, enquanto decidimos que capítulos fecharemos e quais portas deixaremos abertas, a pergunta que fica é: quem são as Glindas e Elphabas em sua vida? Quem foram as pessoas que atravessaram seu caminho e o transformaram? Às vezes, são colegas de trabalho, amigos que pensamos que nunca teríamos, ou até mesmo nós mesmos, ao nos redescobrirmos.
O que aprendemos com esse clássico, é que, no fim das contas, não importa se você voa de vassoura ou de balão, mas sim quem está ao seu lado quando os ventos mudam. E quando o relógio marcar meia-noite no dia 31, qual será sua escolha? Continuar no caminho seguro ou se permitir voar “acima das possibilidades”, como canta Elphaba?
Talvez estejamos todos em Oz, tentando descobrir para onde ir. Mas uma coisa é certa: o que fazemos nas bifurcações da vida é o que define nossas histórias. Que neste dezembro você encontre sua própria magia – e, quem sabe, uma improvável amizade que transforme tudo. Ou um novo amor, um novo trabalho que te dê prazer. Afinal, quem disse que “desafiar a gravidade” não pode ser o seu próximo ato?